8 de fevereiro de 2012

MARMELADA BRANCA DE ODIVELAS - Carolina Pinho

Já que a mesa está posta...



... prove a Marmelada Branca de Odivelas, feita pela nossa artesã Carolina Pinho *...! 

(Marca Registada)

Provou e... gostou?!


Então passa-se a palavra...


Depois de um texto elucidativo vai ainda apreciar muito mais... Porque Marmelada Branca de Odivelas..

"Ningém faz Marmelada como nós..."


"A Marmelada Branca é um doce conventual, produzido durante séculos, no Mosteiro de São Dinis pelas freiras Bernardas.
Foi D. Carolina Augusta de Castro e Silva, a última freira do Convento, quem passou este testemunho, através de um caderno de receitas, à sociedade civil. Também o saber fazer foi transmitido; para que não se perdesse no tempo.
O Município de Odivelas, em parceria com a Associação Empresarial de Comércio e Serviços de Loures e Odivelas, promoveu a constituição de uma Secção de Produtores da tradicional marmelada do Mosteiro e apostou na Qualificação e Registo da marca - Marmelada Branca de Odivelas.
Veja a entrevista que o produtor Ide Vê-las deu ao site Chefes de Cozinha, sobre a Marmelada Branca de Odivelas. http://chefesdecozinha.com/index.php?s=4&eid=76
"Nasceu pelas mãos das freiras Bernardas que, durante séculos, criaram um doce de cor muito clara, a marmelada, que era oferecida aos visitantes do Mosteiro de São Dinis, famoso pelo seu receituário doceiro. Fruto de um segredo que passou de geração em geração, a marmelada branca sobreviveu ao fim dos conventos, em Portugal, e chegou intacta aos nossos dias, afirmando-se como a Marmelada Branca de Odivelas.


A Marmelada Branca de Odivelas perpetua, na memória e no palato, sabores de outros tempos que remetem para o século XIII, quando Dom Dinis mandou erguer o Mosteiro de São Dionísio e São Bernardo e o entregou à Ordem de Cister, acolhendo filhas e segundas filhas da nobreza. Reza a história que as freiras que se refugiavam neste mosteiro eram peritas na arte de fazer doces, nunca lhes faltando o açúcar – produto caro na época - para adoçar a boca dos seus eleitos e fabricar, entre outra doçaria, a afamada marmelada.ARTE E SABOR
Marmelada Branca de Odivelas

O pecado na boca

Nasceu pelas mãos das freiras Bernardas que, durante séculos, criaram um doce de cor muito clara, a marmelada, que era oferecida aos visitantes do Mosteiro de São Dinis, famoso pelo seu receituário doceiro. Fruto de um segredo que passou de geração em geração, a marmelada branca sobreviveu ao fim dos conventos, em Portugal, e chegou intacta aos nossos dias, afirmando-se como a Marmelada Branca de Odivelas.
A Marmelada Branca de Odivelas perpetua, na memória e no palato, sabores de outros tempos que remetem para o século XIII, quando Dom Dinis mandou erguer o Mosteiro de São Dionísio e São Bernardo e o entregou à Ordem de Cister, acolhendo filhas e segundas filhas da nobreza. Reza a história que as freiras que se refugiavam neste mosteiro eram peritas na arte de fazer doces, nunca lhes faltando o açúcar – produto caro na época - para adoçar a boca dos seus eleitos e fabricar, entre outra doçaria, a afamada marmelada.
Conta-se, e a história confirma, que também durante o longo reinado de Dom João V, no século XVIII, muita marmelada se fez e comeu no convento em Odivelas. O rei, considerado um dos mais célebres comedores de ladrilhos de marmelada, era frequentador assíduo do convento e lá conheceu uma bonita jovem de 17 anos, a madre Paula, por quem se apaixonou. As visitas tornaram-se constantes e, ao que parece, o próprio rei, bem resguardado dos olhares dos súbditos, ajudava-a no receituário doceiro. No seu livro “As Amantes de D. João V”, Alberto Pimentel escreveu que D. João V «entremeava as pulsações do coração com as contracções do estômago, mordiscando ladrilhos de marmelada com a Madre Paula; e tanto assim que um desses quadradinhos de doce, com evidentes de mordeduras régias, serviu, juntamente com outros ingredientes de procedência menos limpa, para uma célebre sorte de bruxedo que foi um dos mais apregoados escândalos desse tempo». O feitiço fez-se com o objectivo de separar o Rei da cama da Madre Paula, mas o bruxedo não deu resultado e o Rei lá continuou a doce tarefa de fazer (e comer) marmelada.

Este legado resistiu à extinção das ordens religiosas em 1886. Por ser a “coroa de glória” das freiras, a receita era guardada religiosamente e o segredo só foi desvendado depois da morte da última freira, Augusta de Castro e Silva, em finais do século XIX. Segundo documentos da época, foi deixado um caderno de receitas escrito pela mão de D. Augusta a uma afilhada onde, além de muitos outros doces, estava escrita a receita da marmelada branca. Ao passar para a sociedade civil, a receita da marmelada foi sendo cada vez mais difundida. O Instituto de Odivelas, que ocupou as instalações do Mosteiro em 1900, confecionava ainda nas décadas de 1930/40 a tão afamada marmelada.
E foi com esta receita conventual, que faz perder a cabeça a um santo, que Paula Ínsua se deparou há uns anos e não mais a largou. Hoje é uma produtora bem sucedida da Marmelada Branca de Odivelas e o chefesdecozinha foi ao seu encontro para uma doce conversa que trouxe, até nós, cheiros e gostos da história.

Como é que surgiu o interesse para se dedicar à marmelada de Odivelas?

Esta marmelada não surge logo numa perspectiva comercial, primeiramente surge como um sabor de infância. É por isso que ainda hoje me sabe a lanche de escola. Só bastante mais tarde aparece essa possibilidade em forma de desafio. Um notável profissional de cozinha entendeu que a Marmelada de Odivelas merecia destaque e colocou-a na carta de Outono/Inverno de um grande Restaurante. Primeiro pediu-me para encontrar no mercado quem a fornecesse. Foi aí que começaram as minhas dificuldades, porque não havia ninguém que garantisse um fornecimento regular ou vocacionado para este mercado. O passo seguinte foi o desfio de ser eu a fornecer-lhe a marmelada: “Sabes fazê-la, não sabes?”. Eu respondi que sim e a partir daí, o que me pareceu inicialmente uma brincadeira passou a fazer parte do meu dia-a-dia.


Qual a importância que este produto tem para a região de Odivelas e para o país?

A Marmelada Branca de Odivelas é um produto central para este concelho, não sendo possível dissociá-lo da nossa História. Para o país, é importante, porque, assim como a restante doçaria conventual, faz parte de uma identidade cultural e de tradições que nos distinguem. É um doce com carácter e, sobretudo, com estórias para contar. Acho que não será exagero dizer que são quadrados de história açucarados, que contam segredos de reis e de freiras e que também têm provocado alguns amargos de boca ao longo dos tempos. É cada vez mais importante dar valor ao que nos caracteriza, acho que começa a haver um despertar nacional para o que é nosso e genuíno.


Quantos produtores de marmelada branca existem, actualmente, e como estão organizados?


Os produtores de Marmelada Branca de Odivelas são sete e estão organizados, por desafio da Câmara Municipal de Odivelas, na Associação de Comércio e Indústria de Loures e Odivelas (AESCLO), numa secção própria. São eles Pastelaria Faruque; Espiga Dourada; El Rei Dom Dinis; Forno da Cidade e Viriato. No meu caso, (Ide Vê-las) e no caso de Carolina Pinho *, posicionamo-nos no mercado de revenda. Tenho clientes como mercearias da especialidade, lojas gourmet e alguns Chefs de cozinha. As embalagens são iguais para todos e o que as diferencia são os logotipos de cada empresa.


Há muitas variantes e adulterações da receita original?


Eu diria que algumas marcas de marmelada industrial se terão inspirado na nossa marmelada usando o nome “tipo Odivelas”, ou afirmando seguir a receita do Mosteiro de São Dinis, mas não terá sido com a intenção de usurpar. Se virmos isso pelo lado positivo é uma forma de reconhecimento ao prestígio da marca e ao lugar que ela ocupava na memória gustativa dos Portugueses. No fundo, foi aproveitada uma lacuna do mercado, porque muito embora tenha havido sempre quem fizesse Marmelada de Odivelas neste Concelho, ela não ocupava o lugar merecido. Por outro lado isso passa a informação errada ao consumidor, o que é grave, porque aquelas marmeladas e a nossa não são definitivamente o mesmo produto. Foi no sentido de a proteger de variantes e adulterações que se procedeu inicialmente ao registo da marca como Marmelada Branca de Odivelas e agora estamos na fase da certificação, rumo à Indicação Geográfica Protegida. Isto não significa que estejamos espartilhados. Os doces conventuais não ficam estáticos no Século XIX, porque temos que ter em conta que nem os marmelos, nem o açúcar são os mesmos daquela época. Ainda há um caminho a percorrer, mas há porém algumas certezas. Este é um produto honesto e de grande qualidade e isso só se consegue com grandes matérias-primas e muita dedicação.


Como tem sido a aceitação do público?

A aceitação tem sido excelente dentro e fora do Concelho. As pessoas gostam desta marmelada. Ela veio resgatar, para alguns, memórias de sabores da infância. A Marmelada Branca de Odivelas tem também despertado a atenção de alguns chefs de cozinha. Tenho que destacar o Chefe Cordeiro e o seu Sub Chefe João Rodrigues, que têm desenvolvido um grande trabalho a promover os produtos portugueses, mostrando que eles podem ser apresentados de formas inovadoras e que são equiparaveis às melhores iguarias internacionais.

Acha que a doçaria conventual é mais resistente à retracção económica?


Penso que sim. Se há coisa da qual os Portugueses têm orgulho é da sua gastronomia e como a boa mesa é quase sagrada, torna-se um mercado mais ou menos estável. Depois há o turista que também é uma fatia importante dos compradores e por fim, penso que os doces conventuais, pela sua qualidade,são produtos altamente exportaveis.


Qual é o segredo da sua marmelada?


O segredo da minha marmelada reside na qualidade dos marmelos, no respeito que tenho pelo produto e pelos tempos próprios de preparação e secagem. Com esta marmelada não pode haver urgencias, temos que saber esperar. Ela não se encaixa num mundo de coisas instantâneas e isso pode ser uma mais valia. Escusado será dizer que nada na cozinha sai bem sem termos gosto pelo que fazemos. Pronto, agora estão desvendados os meus segredos! "  
Texto: Sónia Alcaso


                                              E a propósito... já que provou e gostou (!!!)

... e porque a sua boca não resiste a este doce pecado... pode adquiri-lo nas instalações da Associação de Artesãos D. Dinis, na Praceta Sacadura Cabral, nº 7 c/v - (Patameiras) Odivelas - (Traseiras do Prédio da Conservatória do Registo Predial de Odivelas)



Aceitam-se encomendas.
Contacte-nos através do telefone nº 21 934 34 36 ou por e-mail: aaddinis@gmail.com

(Nota: A nossa Associação não dá curso/formação da Marmelada Branca de Odivelas) 

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